23.10.09

FEIRA SUSTENTÁVEL 2009

FEIRA SUSTENTÁVEL 2009 - Agricultura Famíliar, Economia Solidária, Pesca, Reforma Agrária, Energias Renováveis

Entre os dias 30 de outubro e 01 de novembro, ocorrerá em Florianópolis (CentroSul) a Feira Catarinense da Agricultura Familiar, Economia Solidária, Pesca e Energias Renováveis. Agricultores familiares, assentados, organizações, movimentos sociais do campo, empreendimentos de economia solidária, consumidores, empresários, técnicos e pesquisadores, representantes dos

Órgãos públicos, autoridades e parlamentares do Estado de Santa Catarina. São 250 expositores, distribuídos em 150 estandes e feiras com cerca de 1000 participantes de todo o Estado de SC, além de palestrantes e debatedores convidados para eventos paralelos de debates para mostrar como a produção, a comercialização e o consumo tem a ver com o desenvolvimento sustentável. Uma extensa atividade cultural, com apresentações locais, regionais, estaduais e com shows nacionais faz parte da programação oficial que tem como objetivo promoção de produtos e tecnologias relacionados à agricultura familiar, da economia solidária e energias renováveis, além de ser um espaço de valorização da cultura regional catarinense.

Impact Climate Mapping

The Impact of a global temperature rise of 4ºC (7ºF)
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"- Não se pode separar economia e ecologia, diz Jeffrey Sachs"

O economista americano Jeffrey Sachs, professor da universidade americana de Columbia, afirmou na quarta-feira que o planeta está em uma “trajetória totalmente insustentável e profundamente perigosa” e que não é mais possível separar economia e ecologia. “Não podemos mais pôr economia e ecologia em categorias separadas.

Elas nunca estiveram em categorias separadas”, afirmou Sachs, que presta consultoria a vários governos, durante uma conferência em Genebra, na Suíça.
Na palestra, promovida pela agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), Sachs criticou o formato do atual processo de negociações sobre mudança climática.
Para ele, em vez de diplomatas, engenheiros e cientistas deveriam sentar-se à mesa para discutir.

“O problema das mudanças climáticas não é uma negociação de comércio. É simplesmente o problema mais complexo de engenharia, economia e social que a Humanidade jamais enfrentou”, afirmou o estudioso.

A pouco mais de dois meses do início da conferência de Copenhague que deve criar uma política de combate ao aquecimento global para o mundo a partir de 2012, o economista não poupou críticas às negociações - atualmente paradas em impasses.

"Bobagem"

“A questão sobre uma meta nacional ser obrigatória ou não é uma das questões menos interessantes. De que adianta ser obrigatória se você não é capaz de cumpri-la? É bobagem. Deveríamos estar discutindo o que podemos fazer, não o que obrigatório, o que podemos fazer agora, em cinco, dez anos.”
O economista fez um apelo por um esforço coordenado de especialistas para que se saiba o que pode ser feito para permitir desenvolvimento econômico e melhoria das condições de vida de milhões miseráveis, ao mesmo tempo em que se enfrenta problemas ambientais já “insustentáveis ressaltados pelas mudanças climáticas”.

Para abordar um problema tão complexo, em vez de discutir metas de emissões, Jeffrey Sachs afirma que a convenção da ONU para mudanças climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) deveria criar um corpo técnico que analisaria opções e custos para ações de curto prazo em cada país.
Em sua palestra, Sachs sugeriu uma nova parceria pública-privada para criar os grandes sistemas técnicos necessários.
“Podemos alcançar um crescimento econômico com impacto muito menor se pensarmos claramente, sistematicamente, em termos de sistemas, e baseados em objetivos globais.”

O economista americano criticou a falta de sustentabilidade não só na área de meio ambiente. Para ele o mundo atual é “socialmente insustentável”.
“A distância entre os ricos e os pobres está aumentando. Muitas das pessoas mais miseráveis do planeta estão morrendo por causa de sua pobreza, e se não morrem, sofrem e ficam cada vez mais para trás.”

Jeffrey Sachs concluiu que a mensagem da comunidade científica é de que o mundo está à beira de um futuro quadro potencialmente catastrófico, “Mais cedo ou mais tarde, cientistas vão nos dizer que essa área é inabitável.”
O economista afirmou ainda que então será “tarde demais”, porque mesmo que as emissões sejam cortadas a zero, o atual acúmulo de gases na atmosfera terá efeito durante um longo tempo.

“Estamos vivendo apenas a metade daquilo que já provocamos”, concluiu.

Fonte: BBC Brasil

Veja aqui

17.10.09


"Life is about the process, the doing... is not about the end results."
Andres Amador

11.10.09

O Tic Tac das tecnologias sustentáveis

Tião Rocha é um homem simples e que gosta de desafios. De fala calma, ele parece estar sempre silenciosamente inquieto. É um sujeito que gosta de colocar as coisas em prática para ver se funcionam. Há mais de duas décadas, Tião resolveu testar algumas idéias nas quais sempre acreditou.

Fundado na década de 80, o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) é um laboratório de experiências educacionais. A idéia fundadora era mexer em receitas prontas, em idéias estabelecidas no status quo. O modelo escolar tradicional não era suficiente para o que ele imaginava ser o verdadeiro sentido da Educação.

Os primeiros passos do CPCD foram questionar os elementos mais básicos da forma e estrutura de aprendizado. É possível ter uma escola sem muros, debaixo de um pé de manga? As “aulas” podem ser dadas em uma roda? É preciso que alguém ocupe o papel de professor?

Com origem na cidade de Curvelo, na região central de Minas Gerais, as iniciativas do CPCD logo se expandiram para outras cidades, estados e países. Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões com menores indicadores sociais do mundo, é onde tomam forma alguns dos projetos mais interessantes de Tião e sua equipe. “A cidade é exportadora de mão de obra, principalmente de corte de cana. A grande renda da região é o trabalho sazonal. O que gera problemas sociais e culturais dos mais variados. O projeto Arassussa quer construir um lugar sustentável que ofereça condições para que as pessoas não precisem buscar sustento em outros lugares. O corte de cana deve ser a última saída”, explica Tião.

As fabriquetas, um dos braços do CPCD, funcionam “como núcleos de produção de tecnologias populares, com características e funções comunitárias, que visam o fortalecimento da renda familiar.” Em cada uma delas jovens aprendem mais do que simplesmente executar um trabalho: aprendem a se envolver e a conquistar a auto-suficiência. Esses núcleos estão debaixo de um guarda-chuva maior, a Cooperativa Dedo de Gente, responsável por organizar e coordenar as ações. As áreas nas quais atuam são diversas: artesanato, moda, bambuzeria, produção de doces e geléias e outras.

Nas fabriquetas os jovens entram como aprendizes, depois tornam-se jornaleiros, até virar mestres. A partir daí eles caminham de forma independente e com autonomia para vender o serviço. A lógica que norteia o espírito das fabriquetas segue alguns princípios marxistas, sem constrangimento nenhum, de acordo com Tião: a cada um segundo a sua necessidade, a cada um segundo a sua capacidade.

A partir do momento em que elas estão consolidadas, cada um deve ganhar ao menos um salário mínimo por quatro horas de trabalho. Depois que há esse equilíbrio, aí o que vale é a capacidade e a vontade de ganhar mais. Há um processo para se obter a base de sustentação do grupo, que atualmente é composto por 100 jovens em todas as unidades: 50 em Curvelo e 50 em Araçuaí.

As ações do CPCD englobam ao todo milhares de jovens no interior de Minas Gerais e de São Paulo. Atualmente, as fabriquetas envolvem 72 jovens (29 em Araçuaí e 43 em Curvelo). Dentro desse universo, um dos projetos, do qual participam apenas 20 jovens, pode parecer pequeno, mas ganha relevância pelo desafio ao qual se propõe.

Fabricar softwares no Vale do Jequitinhonha

A Fabriqueta de Softwares surgiu de uma inquietação de Tião. “Eu tinha acabado de ler o livro O Mundo é Plano, e, conversando com Aerton Paiva, ele contou que teve um encontro com o diretor da IBM no Brasil, e que ficou sabendo que a empresa estava pensando em construir uma fábrica de software em campinas. Então eu perguntei ‘Por que Campinas?’ Campinas já tem a Unicamp e toda uma estrutura favorável. Quero ver você fazer isso no Vale do Jequitinhonha”. A provocação foi lançada: se os meninos de Araçuaí podem aprender a fazer artesanato, por que não podem aprender a fazer tecnologia? Foi a partir desse momento, com aquele “por que não?” na cabeça que Tião deu início à fabriqueta. Era a hora de superar a visão de que trabalho e renda só poderiam surgir de atividades tradicionais.

No fim de 2007, inserida dentro do projeto Arassussa (criado pela união de 15 instituições brasileiras, ligadas a fundação Avina), a Fabriqueta de Softwares foi criada com o mesmo objetivo das outras: inventar maneiras de manter os trabalhadores na cidade e impedir a evasão constante em função do corte de cana. Ou seja, para manter os jovens e adultos na cidade era preciso que fossem criadas novas atividades e novos mercados: uma economia solidária, sustentável, durável, emancipatória e permanente.

Os 20 jovens que integram o projeto começaram aprendendo o básico. Com o tempo foram aprofundando o nível de complexidade das linguagens de programação. Foram aos poucos se transformando em prestadores de serviço. Atualmente desenvolvem sites de projetos que existem em Araçuaí, como o Caminho das Águas, bancos de dados, sistema de monitoramento de ingressos do cinema da cidade e programas de monitoramento de gastos (as novidades podem ser acompanhadas no blog mantido pelos jovens: http://circulandoarassussa.blogspot.com/). São os chamados softwares de pequena complexidade. O objetivo é aumentar a complexidade e atender as demandas da cidade, um mercado ainda intacto.

A Índia é um exemplo de que o sonho não era impossível. Atualmente, o país é um dos maiores centros de Tecnologia da Informação do mundo e ocupa papel similar ao Brasil no cenário mundial. O país asiático, longe de ocupar um lugar favorável no ranking de IDH (127º), resolveu investir em uma atividade econômica de certa forma inusitada para suas condições. Foi a maneira que os indianos encontraram de romper a fronteira entre países industrializados e prestadores de serviços e os exportadores de bens primários.

Washington Rodrigues, um dos educadores do CPCD, afirma que o primeiro ano do projeto foi de exercício e aprendizagem tecnológica. Ele afirma que a metodologia do grupo segue os seguintes passos: "Dividir tarefas, fazer um planejamento conjunto, discutir como aconteceu - e está acontecendo a inclusão digital do grupo, participar de atividades que estimulam a solidariedade, trabalhar em grupo e valorizar a cultura local, para que possam ser profissionais com uma visão mais ampla de seu papel na comunidade".

A empresa paulistana Giral, especializada em gestão de projetos de sustentabilidade, foi uma das parceiras no desenvolvimento e instalação da fabriqueta. “Como próximos passos, os jovens irão estagiar em diversos projetos sociais da cidade, criando soluções tecnológicas para os mesmos. Continuando a formação, irão adentrar o mundo dos jogos eletrônicos, com o objetivo de desenvolver ferramentas educativas. A base desse trabalho são os Bornais de Jogos desenvolvidos pelos educadores do CPCD para trabalhar temas escolares como matemática e linguagem, além de questões importantes como convivência, sexualidade e cultura de paz”, afirma Carol Rolim, uma das coordenadoras do Giral

A internet como ferramenta de transformação

Apesar de já ter chegado longe (em 2007 ganhou o prêmio Empreendedor Social 2007 ), Tião sabe que é sempre bom relativizar e desconfiar das coisas. O olhar matuto. O olhar do antropólogo.

Para ele, a Internet é apenas mais uma ferramenta. Ela pode ser usada para o bem ou para o mal. Nessa área, ele segue a tradição: sem o real, o virtual não existe. “O fato de ter acesso não torna as pessoas melhores. Uma vez, numa roda de conversa com alguns jovens, uma adolescente disse que participava de 250 comunidades no orkut. E aí eu perguntei, 'e no seu bairro, você participa de algum grupo? Da escola de samba? Da associação de moradores? Do time de futebol?'”

E foi por isso que Tião passou a utilizar a teoria do TIC TAC. Para ele, os jovens hoje estão cheios de TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação), mas sem os TACs (Tecnologia de Aprendizagem e Convivência) esse relógio não vai funcionar direito. Foi levando os tics e os tacs em conta, que a equipe do CPCD concluiu que Araçuaí precisava de algo além de uma simples Lan House ou um telecentro (TIC). "Bom, isso é o que se faz normalmente. Mas não queríamos isso", afirma. Era necessário mais do que o acesso, era preciso um envolvimento maior: gerar renda, perspectivas e criar um mercado. O projeto tinha que alargar o futuro dos meninos (TAC). Ao invés de criar uma Lan House, resolveram criar então uma fábrica de softwares.

Tião concorda que a internet traz no seu DNA a idéia de descentralizar e de agir independentemente. Quanto mais abertas forem as novas tecnologias, mais interessante será para os jovens. Ele cita o exemplo do autor indiano Sugata Mitra e do livro Um Furo na Parede (Tião assina a orelha da edição brasileira). “Quando você quebra muros, favorece relações mais horizontais. Isso gera uma série de possibilidades”, afirma.

Em vários aspectos Tião remonta personagens das páginas de Guimarães Rosa. E assim como o escritor mineiro ele gosta de inventar palavras. “Empodimento” é uma das suas preferidas. Ela surgiu da constante resposta que o educador dava aos jovens que ainda não eram certos da liberdade que tinham: “pode fazer isso, Tião?”. “Pode, sim. Pode tudo.”

>> Acesse mais informações: http://www.fabriquetadesoftware.com.br/
tags: Araçuaí MG cultura-e-sociedade computador internet inclusao-digital fabriqueta vale-do-jequitinhonha aracuai tiao-rocha cpcd pobreza comunidade sustentabilidade sustentavel digital pedagogia jovens

Por Sergio Rosa

10.10.09

Marina recebe prêmio internacional por defender meio ambiente

A senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente e provável candidata à Presidência em 2010, recebe neste sábado, 10 de outubro, em Mônaco, o prêmio Mudanças Climáticas, oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco. A iniciativa premia pessoas e instituições por atuarem em favor do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
O prêmio considera ações e iniciativas em três eixos: mudança climática, preservação da biodiversidade e acesso à água, além da luta contra a desertificação.
A senadora vai receber 40 mil euros, além da homenagem com o troféu, que será entregue pelo Príncipe Albert II.
É o quinto prêmio que a senadora recebe desde 2008, quando deixou o Ministério do Meio Ambiente por discordar de algumas diretrizes da política ambiental do governo. O mais recente foi em maio deste ano, o Prêmio Sofia 2009, concedido anualmente pela Fundação Sofia a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável.

Claudio Miklos

9.10.09

Primeira Mostra de Arte Indígena - Florianópolis


O principal objetivo desta Mostra é proporcionar um pequeno mergulho na diversidade do mundo ameríndio. Diferentes formas expressivas dos Wauja, do Xingu, dos Kadiwéu do Pantanal sul-matogrossense e dos Guarani do Morro dos Cavalos, serão apresentadas: máscaras, cerâmicas e cestarias, entre outras produções. Apenas três dos cerca de 232 povos (falantes de mais de 180 línguas e dialetos diferentes) que vivem no território brasileiro. Além deste acervo etnográfico, também serão exibidos filmes seguidos de debates com índígenas e/ou pesquisadores da área. Entre os debatedores, destacamos a presença de Mutua Mehinako, mestrando em antropologia pela UFRJ e integrante da Associação Kuikuru, que debaterá os filmes "Cheiro de Pequi" e "O dia em que a lua menstruou", vencedores de prêmios nacionais e internacionais. De 09 a 31 de Outubro de 2009 no Museu da Escola Catarinense/UDESC, Florianópolis - SC

Professoras / Especialistas

Carmen Susana Tornquist (UDESC)
Tania Welter (UDESC)
Marileia Maria da Silva (cinearth)
Lisiane Leczniescki (UFSC)
Barbara Arisi(UFSC)
Miguel Carid Naveira(UFPR)
Marcos Wenzel Messias (UFPR)

Alunos

Fabiane G. L. Marques (UDESC)
Fernando José Benetti (UDESC)
Indiara Nicoletti Ramos (UDESC)
Iara Maria Török Pomar (UDESC)
Marina Lis Wassmansdorf (UDESC)
Thiago Oliva (UDESC)
Luiza Bodenmuller (UDESC)

7.10.09


Scott Facon

Viva o Aniversariante!


Padrinho Sebastião, (1920-1990)

Environment and Development

Brazil and the other countries in the world need to make the environment and development part of the same equation and not persist in thinking that one is in opposition to the other. Because there won’t be any development if we don’t resolve the serious environmental problems that the world is facing. The planet is already in the red in terms of its capacity to regenerate, according to recent studies, by 30 per cent. If we are unable to respond to this, evidently we are condemning ourselves. So Brazil needs to understand that there is still time to move from an unsustainable model to a sustainable model. There is no example in the world to be followed. There will only be those who are inclined to lead by example. And what Brazil needs to do, with the conditions that it has, is to lead by example.

Marina Silva

6.10.09

Santo Daime, la religion del ayahuasca

FT interview transcript: Marina Silva


By Jonathan Wheatley in Sao Paulo

Published: October 5 2009 18:47 | Last updated: October 5 2009 18:47

Jonathan Wheatley, the FT’s Brazil correspondent, interviewed Marina Silva in her office in Brazil’s Senate on September 18. Ms Silva, who was elected to the Senate for the first time in 1994, was Brazil’s environment minister between January 2003 and May 2008, when she left in frustration at what she saw as the failure of other ministries to give due concern to environmental issues. She was a founder member in 1980 of President Luiz Inácio Lula da Silva’s leftwing Workers’ Party (PT) but left the party in August this year at the height of a corruption scandal involving José Sarney, president of the Senate, after Mr Lula da Silva threw his support behind Mr Sarney, a former political adversary. She has since joined the Green Party and is widely expected to run as its candidate in presidential elections next October.

Read full interview here

4.10.09

Yggdrasil, Mitologia Nórdica


Yggdrasil, mitologia nórdica. Arte de Clare Jones

Yggdrasil (nórdico antigoYggdrasill) é uma árvore colossal (algumas fontes dizem que é um freixo, outras que é um teixo), na mitologia nórdica, que era o eixo do mundo.

Localizada no centro do universo ligava os nove mundos da cosmologia nórdica, cujas raízes mais profundas estão situadas em Niflheim, fincavam os mundos subterrâneos; o tronco era Midgard, ou seja, o mundo material dos homens; a parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard (a cidade dourada), a terra dos deuses, e Valhala, o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha.

Conta-se que nas frutas de Yggdrasil estão as respostas das grandes perguntas da humanidade. Por esse motivo ela sempre é guardada por uma centúria de valquírias, denominadas protetoras, e somente os deuses podem visitá-la. Nas lendas nórdicas, dizia-se que as folhas de Yggdrasil podiam trazer pessoas de volta a vida e apenas um de seus frutos, curaria qualquer doença.

Fonte: Wikipidia

Árvore da Vida, Laila Spinoza

Árvore da Vida, Richard Quinn

Árvore da Vida Céltica, artista desconhecido

Árvore da Vida, Mutt

O Freixo - ou a Árvore sagrada de Yggdrasil
Nas tradições místico-religiosas escandinavas, o freixo Yggdrasil é, por excelência, um símbolo da imortalidade e da ligação entre os três mundos, tanto no Macro como no Microcosmo. Os deuses construtores e guias da humanidade reúnem-se aos pés de Yggdrasil, receptando as gotas de orvalho que brotam do seu topo (o topo do mundo) e promanam a alegria, a fecundidade e a justiça. A sua fronde está eternamente verdescente pois ele retira a sua inesgotável energia da fonte Urd, de cujas águas surgiu o universo. Esta Árvore secará e consumir-se-á apenas no dia em que for travada a última Batalha entre o Bem e o Mal e o primeiro prevalecer, fazendo que a vida, o tempo e o espaço se recolham (no seu periódico acolher) no Seio do Absoluto.

O freixo, de cuja madeira se faziam as hastes das lanças, representa também a própria lança erecta, que rasga o solo, e é veículo de contacto entre o contínuo fluir divino e a recepção terreal 13.

Esta Árvore Sagrada da mitologia dos povos do Norte é, porém, idêntica a outras, de diferentes tradições, no seu profundo e sugestivo simbolismo: a “Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal” - lado-a-lado com a “Árvore da Vida” - do Jardim do Éden, na tradição judaico-cristã 14; a Árvore Boddhi (ou Árvore Bo, ou a “Ashvatha”) sob a qual Gautama, o Buda, alcançou a Iluminação; a “Pippala”, Árvore do Conhecimento dos Parsis (idêntica à arvore Bo), cujo fruto haoma é, também, o fruto proibido; a Arasa Maram, a Árvore sagrada do Conhecimento, no hinduísmo; as muitas “Árvores da Vida”, como é o caso da cabalística, emblema sacratíssimo do esoterismo Judeu; a “Asherah” assíria; a “Ished” egípcia; o “Palâza (Butea frondosa), de folha tripla, que era um símbolo da essência tripla do Universo: Espírito, Alma e Matéria ou Corpo; a Kian-Mu chinesa, idêntica à Yggdrasil; o Himorogi japonês, etc 15. Tal como no jardim do Éden, temos representadas no homem ambas as Árvores: a da Vida e a da Ciência do Bem e do Mal. A primeira, invertida, no nosso sistema respiratório (brônquios e pulmões) e, a “Norte” 14, a segunda, nas ramificações do sistema cerebral.

Assinalamos um sugestivo “pormenor”: de numerosas variedades de Freixos é exsudada uma substância alimentícia, e com propriedades medicinais e purgativas, denominada maná (do hebreu, manã). Não podemos furtar-nos à memória do episódio mítico do “maná caído no deserto e salvador do povo faminto de Israel, rumo à Terra Prometida”. Nele vemos a alusão ao alimento do Céu superior ou do Manas Superior. Esse Maná é, de facto, libertador… E estamos em crer que, tenha sido tão somente um fluido espiritual ou tenha sido a substância nectarina que promana de muitos dos Freixos, o seu nome, pelos seus místicos efeitos, deve-se à conotação com o Manas sânscrito (a Razão Intelectual, a Mente - justamente, o que confere ao Homem a sua condição de humanidade).

Na Índia, o freixo cresce unicamente nos Himalaias mas apenas acima dos 1300 metros. Dele (Fraxinus Excelsior) se extrai o maná que, fermentado, produz uma bebida usada pelos monges e que, justamente, é identificado ao soma por autoctones hindus (e, pelos iranianos, ao haoma) 16. Era o mesmo Freixo 17 que proporcionava, na Grécia, um licor ambrosino (o kikeon) utilizado nos “Mistérios de Elêusis” 18.

É bastante significativo que o Freixo em inglês tenha o nome de Ash. Na verdade, ash é a raiz de Ashvatha, a Árvore do Conhecimento, por vezes também chamada Bo ou Bodhi, sob a qual Buda dissipou a ilusão e atingiu a Luz. Inquestionavelmente um e outro termos têm relação directa. Ashvatha é descrita com as raízes em cima e os ramos estendendo-se para baixo - a copa tipificando o mundo exterior dos sentidos (i.e., o universo visível e sensível) e a Roda infindável dos Renascimentos (a corrente de Samsâra), e as raízes, nas regiões celestes, simbolizando o Ser Supremo, a Causa Primeira, a Raiz do Cosmo 19. Nas Escrituras hindus é tida como “símbolo da vida e da ilusão das suas alegrias e prazeres”; e cada homem tem por missão penetrar fundo dentro dela, passar além dos seus ramos e, atingindo o topo das suas raízes, visionar e conquistar a Luz da Realidade. Curiosamente, o termo Ash, em hebraico, significa Fogo, tanto o fogo espiritual quanto o físico (o “Ash Metzareph” era um importante tratado cabalista cujo nome tinha por significado “O Fogo Purificador”) 20.

Outras referências, igualmente curiosas, a frutos, proibidos ou reservados para os heróis, encontram-se, nomeadamente, nas múltiplas menções ao poder encerrado na maçã: a maçã que Eva ofereceu a Adão…; os “Pomos de Ouro” do Jardim das Hespérides 21; e, no Zohar, podemos ler o seguinte: … “mercê deste orvalho, se nutrem os Santos Superiores. No mundo vindouro formará o maná dos justos. Esse orvalho cai no Jardim das Maçãs Sagradas….”; também o Mago Merlim, da lenda do Rei Artur, ensinava debaixo de uma macieira na Ilha de Avalon (em celta, chamada o Pomar das Macieiras). Na verdade, é pertinente observar que o coração das maçãs configura “uma flor de 5 pétalas” ou “uma estrela de 5 pontas”, dividindo-se em 5 pequenos alvéolos dentro dos quais se ocultam as sementes. E 5 é o “número do homem”, o número dos graus ou Planos que o Homem domina (no Grande Todo Septenário) - o 5o Princípio é Manas. A maçã, com propriedade, pode ser considerada como o fruto do “Conhecimento do Bem e do Mal”. Por último, destacamos uma significativa alegação da Filosofia Esotérica: Jambu (termo sânscrito) é uma das principais divisões do globo, no sistema purânico, que inclui a antiga Índia como berço da 5a Raça, ou Ariana. Significa “Terra das maçãs rosadas” 22. Num sentido mais vasto, é o nome do nosso Globo, separado dos outros seis que, com ele, conformam a nossa Cadeia Planetária. E esta Tradição, pela longevidade incomparável dos seus registos escritos, é obviamente a raiz de todas as demais tradições de Paraísos terreais, de Berços da Humanidade, de sonhos heróicos de Regresso às Origens, empossados na forma de miríficos “Jardins onde abundam Maçãs de Ouro”…

Não resistimos aqui a fazer um pouco de humor: até a célebre maçã de Newton foi, de facto, a maçã da “iluminação”!!!

Fonte: Biosofia