23.10.07

Pesquisa em andamento sobre a relação entre ayahuasca e arte

Alexandre Segrégio

Mais uma vez o blog Alto das Estrelas nos traz excelentes informações sobre o universo das plantas psicoativas.
MIKOSZ, José Eliézer. Arte e Ayahuasca: Imagens e Simbologia das Espirais. Tese de Doutorado em Ciências Humanas, Área Condição Humana na Modernidade, Linha de Pesquisa em Arte: Imaginário & Simbólico do PPGICH (Programa de Pós-Graduação Interdisciplinas em Ciências Humanas) da UFSC.
A pesquisa iniciou em 2005,e a qualificação foi realizada em 30 de Março de 2007.
Resumo:
O presente estudo visa investigar as representações das espirais – e imagens a ela relacionadas como vórtices, fractais, túneis, círculos, mandalas, labirintos e serpentes – como é expressa nas artes visuais, analisando-se seu significado e simbologia. A análise simbólica se faz através de referências teóricas de participantes do Círculo de Eranos tais como ERICH NEUMANN, GILBERT DURAND, JOSEPH CAMPBELL, MIRCEA ELIADE e CARL GUSTAV JUNG.
As imagens supracitadas, como veremos, costumam aparecer em experiências de pessoas em estados não ordinários de consciência (ENOC), sejam através do uso de psicoativos, diversas práticas de êxtase místico-religiosas ou mesmo em alguns casos de distúrbios psicológicos. Devido a isso, optou-se recortar o tema enfocando a presença dessas imagens nas pinturas produzidas por artistas sob a inspiração da Ayahuasca.
Sendo a Ayahuasca um psicoativo, e dando ênfase à interdisciplinaridade da pesquisa, a tese se referencia nesse quesito - estados não ordinários de consciência - sob o prisma de autores/pesquisadores do assunto como DAVID LEWIS WILLIAMS, BENNY SHANON, RALPH METZNER, RICK STRASSMANN, JEREMY NARBY entre outros.

Rick Harlow

21.10.07

Mati Klarwein




O artista visionário Mati Klarwein, alemão nascido em Hamburgo em 1932 foi influenciado em sua arte por Salvador Dali e principalmente Ernest Fuchs. Com Fuchs aprendeu técnicas dos artistas do Séc XVI. Poliglota e conectado com o universo da música, fez várias capas de álbuns. Dentre os artistas que tiveram capas de Mati, temos Miles Davis e Santana. Morou em muitos países. Foi amigo de Timothy Leary e sua arte se tornou ícone da cultura hippie dos anos 60 e 70.

17.10.07

Das Deusas ao Patriarcado

Johfre

A agricultura estabeleceu-se definitivamente em 6500 a.C. Presume-se ter sido uma invenção da mulher, devido às constantes ausências do homem. Com o passar do tempo, os homens foram se dando conta de que, matando sistematicamente os animais, poderiam provocar a sua extinção. Começaram então a domesticá-los e foram abandonando a caça, com isso, a agricultura ganhava mais importância. Acreditava-se que a fecundidade da mulher influenciava a fertilidade dos campos. Tal associação fez com que ela alcançasse um prestígio nunca antes experimentado. A mãe era a personagem central nessa sociedade. A mulher, assim como a Deusa, tornava-se poderosa no imaginário da época. Não mais tendo que arriscar a vida como caçador, os valores viris do homem não eram enaltecidos, daí a ausência de deuses masculinos. As súplicas e sacrifícios eram dirigidos à Deusa e toda atividade econômica estava ligada ao seu culto. Os homens não tinham motivos para se sentir superiores ou exercer qualquer tipo de opressão sobre as mulheres. Continuavam ignorando sua participação na procriação e supunham que a vida pré-natal das crianças começava nas águas, nas pedras, nas árvores ou nas grutas, no coração da terra-mãe, antes de serem introduzidas por um sopro no ventre de sua mãe humana. A Deusa-Mãe reinou absoluta por todo o mundo desde o fim do período paleolítico até o início da idade do bronze. Esse fato está diretamente ligado ao desenvolvimento da agricultura, fazendo com que os valores da vida se tornem predominantes e vençam o fascínio da morte. O Universo era uma mãe generosa. A Deusa o governa, proporcionando bem-estar a seu povo. Através da arte neolítica, percebe-se que o objetivo da vida não é a conquista e o domínio, nem o propósito da Deusa é o de exigir obediência, punir e destruir, mas, ao contrário, o de dar. É o cultivo da terra e o fornecimento de meios materiais e espirituais para uma existência satisfatória. A ausência de imagens de dominação ou guerra, reflete uma ordem social em que homens e mulheres trabalhavam juntos, em parceria igualitária, em prol do bem comum. Quando abandonaram a caça, os homens começaram a participar das atividades das mulheres. Inicialmente ajudavam na árdua tarefa de desbravar a terra com enxadas de madeiras, o que exigia bastante força física. Tempos depois, domesticaram os animais e os incorporaram à agricultura, usando um arado primitivo. A convivência cotidiana com os animais, fez com que percebessem dois fatos surpreendentes: as ovelhas segregadas não geravam cordeiros nem produziam leite, porém, num intervalo de tempo constante, após o carneiro cobrir a ovelha, nasciam filhotes. A contribuição do macho para a procriação foi enfim descoberta, mas não apenas isso. Os homens perceberam que um carneiro podia emprenhar mais de cinqüenta ovelhas! Com um poder similar a esse, o que o homem não conseguiria fazer?
Não é difícil imaginar o impacto dessa revelação para a humanidade. Após milhares de anos acreditando que a fertilidade e a fecundação eram atributos exclusivamente femininos, os homens constatam surpresos que o que fertiliza uma mulher é uma substância nela colocada: o sêmen do macho! A partir daí há uma ruptura na história da humanidade. Transformam-se as relações entre homem e mulher, assim como a arte e a religião. O homem, enfim, descobriu seu papel imprescindível num terreno onde sua potência havia sido negada. A superioridade física agora encontra espaço para se estender à superioridade ideológica. Os mais de quinze mil anos de paz, onde homens e mulheres viviam em harmonia consigo mesmos e com a natureza, foram encerrados quando um deus masculino decretou que a mulher era inferior ao homem e que deveria ser subserviente a ele. Dividida, assim, a humanidade em duas partes, feminina e masculina, com o domínio de uma sobre a outra, todas as relações humanas se adaptariam a esse modelo.
Esse texto é do livro A Cama na Varanda de Regina Navarro Lins.

16.10.07

Robert Pasternak

O homem em seu total imobilismo e incapaz de se transformar vem assassinando o Cristo há 2 mil anos. Qualquer pensamento verdadeiramente crístico é ceifado.
W. Reich adjetivava este homem como "o homem encouraçado", dotado da "peste emocional" que abala a humanidade nos dias atuais.

4.10.07

Comunidade do Mapiá em 1989

Fotos: Lise Török


Wilson Carneiro acena na canoa na chegada à Vila do Mapiá.


Madrinha Julia, Vera Gaal, Dona Regina, João Baé, Carminha e Padrinho Sebastião na Vila.






A Igreja nova em construção.



Padrinho Sebastião na varanda de sua casa.


Manoel Corrente ajudando as mulheres na limpeza da folha.




São João foi o primeiro trabalho de farda branca na Igreja nova do Mapiá em 1989. Nota-se que a Igreja ainda não tinha telhado.

3.10.07

Gestalt

M.C.Escher



O encontro com os escritos da psicologia gestáltica introduziu em Escher para a relação de ambiguidade inerente das figuras e plano de fundo de suas obras. Este uso de figuras ambiguas vai além da reversibilidade da construção da figura-fundo. Na arte de Escher há ambiguidade em duas ou três dimensões numa superfície plana.


Salvador Dali foi um mestre na utilização do recurso de ilusão de óptica em suas obras como a que vemos acima.

1.10.07

Pensamento para a Época de Micael

Foto: Luis Eduardo Pomar

"Hoje, nós sabemos: o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença; o contrário da fé não é a arrogância, mas a indiferença; o contrário da cultura não é a ignorância, mas a indiferença; o contrário da paz é a indiferença à paz e à guerra. A indiferença é o mal! A indiferença significa tanto a prisão do espírito quanto da humanidade da nossa alma." (Gore Vidal)
Albrecht Dürer


Nessas obras acima de Albrecht Durer, pintor alemão do séc XVI, nos revela a forma da Estrela de Salomão, um dos símbolos máximos da doutrina do Santo Daime. A Estrela de seis pontas para os daimistas representa o Rei da Ciência, o equilíbrio perfeito e sem distorção entre o céu e a terra.
São Jerônimo de Giovanni Bellini
Ao inspirar sinto-me inspirada por Deus
Ao expirar manifesto a expressão divina que há em mim.
Inspiração de Amanda Farias